Os espinhos na caminhada universitária!
O ensino superior no Brasil só veio a adquirir cunho universitário nos anos 30. Contudo, de 1808 quando foram criadas as primeiras escolas superiores até 1934, o modelo de ensino superior estava direcionado na formação para profissões liberais tradicionais, como direito e medicina ou para as engenharias (SAMPAIO, 1991).
O modelo de ensino empregado se manteve quase inalterado até no final do século XIX, quando algumas modificações passaram a dar ênfase maior à formação tecnológica. Por sua vez, marcas de descontinuidades no que diz respeito, sobretudo, aos aspectos que envolvem sua relação com o Estado foram sentidas em cinco momentos chaves: 1808, 1898, 1930, 1968 e 1985. Esses anos, num contexto maior definem, em linhas gerais, os períodos de mudanças no formato do sistema de ensino superior ao longo de seus quase duzentos anos de existência (SAMPAIO, 1991).
Ainda é possível ver um grande retrocesso nesse processo educativo. Mesmo com toda reestruturação para melhorar o acesso ainda é preciso percorrer um longo caminho, pois para muitos estudantes o sonho de ingressar na universidade ainda é bem distante.
Reestruturação feita em 2008 pelo REUNI:
Adoção de cotas étnicas e raciais e de cotas para jovens egressos do ensino médio público;
Implementação do exame nacional do ensino médio (Enem) como forma de admissão em um número crescente de instituições públicas de ensino superior;
Expansão, em nível nacional, do Sistema de Seleção Unificada (Sisu);
Multiplicação, no interior do país e não apenas nas grandes capitais regionais, de instituições que oferecem formação superior, seja mediante a criação de novas universidades, seja pela criação de novos campi de instituições já existentes.
O programa de reestruturação tem bastante controvérsias. Eles diziam em suas diretrizes que diminuir a evasão escolar era sua principal proposta, como isso é possível com números tão altos de evasão até hoje?
Durante a pandemia esses números cresceram de maneira absurda, uma pesquisa feita pelo SEMESP diz que 608 mil alunos desistiram ou trancaram matrícula no ensino superior durante o 1º semestre 2020, o que representa uma taxa de evasão de 10,1%. Isso se dá pela falta de estrutura das universidades, que não tinham um plano para ser colocado em prática caso vivêssemos essa atual situação.
O Ead acabou sendo a “melhor” solução para não sermos ainda mais prejudicados. Só que mesmo assim, ainda não é uma opção a longo prazo, até porque muitos colegas estão sendo deixados para trás pela falta de acesso à internet, aparelho eletrônico ou até por não saber manusear as plataformas. Coisas que parecem simples, mas que tem peso gigantesco quando se fala no futuro do Brasil. Sem profissionais formados, acabamos perdendo nossa mão de obra. Então, põe-se em pauta a necessidade de investimentos na área educacional e também na ciência, para que possamos está vacinados e imunizados o quanto antes, nenhum aluno pode ficar atrás.
Referências:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/181204/101_00125.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.poder360.com.br/educacao/evasao-no-ensino-superior-cresce-durante-a-pandemia-diz-estudo/
Ingred: segundo o autor que você citou, a história da universidade no Brasil teria sido marcada por 5 momentos marcantes. Essa é uma possível abordagem, mas baseadas em dados defasados, posto que, observa-se que a referência bibliográfica é de 1991, o que desconsidera algumas alterações poderosas que você mesma apontou em seguida, como o Reuni (2007). Procure manter no blog as informações mais atualizadas. Todos nós leitores apreciaremos ainda mais as suas análises.
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